quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Um mergulho no lado espiritual da morte.

De um modo geral todo ser humano teme a morte e depois dos setenta anos começa a esperá-la como algo inevitável.

Por quê temos que morrer?Jesus também morreu, mas como possuia duas naturezas : uma humana e outra divina ressucitou.

Lembre-mo-nos , no entanto, que mesmo tendo consciência de sua missão na noite em que seria entregue sua natureza humana por um lapso de tempo falou mais alto e ele teve medo da morte e dos suplícios que teria que passar e rogou ao Pai que se possivel afastasse dele aquele cálice...

Conscientizando-se porém de que sua vinda a este mundo fora para que cumprisse a missão destinada por Deus, aceitou tudo com coragem e resignação.

Mas e nós seres humanos que recebemos a missão de virmos a este mundo e de aprendermos tudo , desde o simples ato instintivo de encontrar e sugar o seio materno para garantir nossa subsistência até andar, ler, escrever, contar,etc. etc...

Não sabemos, no entanto , a que viemos a este mundo, apenas que depois de muito viver, muito lutar, muito aprender, muito ensinar, um dia teremos que simplesmente morrer e na cidade que continuará sendo a mesma, haverá um habitante a menos: eu...E a família, os filhos e netos terão que adentrar à casa abandonada, doar meus pertences e dai por diante apenas se lembrar: -Hoje seria o aniversário da mamãe!

ou Hoje faz tantos anos que ela faleceu...E no Dia de Finados levar umas tristes flores que alegrarão o nosso jazigo.

Se não houver muito sol quem sabe alguém parará e vendo a foto dirá:-Olha essa foi minha professora! Não sabia que tinha morrido...coitada...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Duas idéias antagônicas : Vida e Morte


Creio que nunca consegui entender o porquê da morte.Sempre me preocupei com o que nos espera quando dermos o último suspiro.Alçaremos vôo e alcançaremos outras dimensões Deixando neste planete nosso cadáver?E lá haverá alguém nos esperando para nos orientar nessa passagem difícil ou ficaremos como André Luiz, personagem do filme Nosso Lar, à mercê daquela multidão de desencarnados semi nus, enlouquecidos, furiosos alguns,gritando, outros se agredindo, até que passado o tempo necessário para que alcancemos a misericórdia de Deus nos venham socorrer.
Cada religião procura explicar a seu modo o fenomeno da morte, mas nenhuma o faz com certeza e clareza apelando para a fé.
Há 33 anos sofri um acidente quando voltava de minha escolinha situada na zona rural da cidade de Terra Roxa, onde lecionei sete anos.O pneu do meu Volks estourou e o carrinho capotou e em seguida ficou de rodas para cima.Naquele instante, quando tentava desesperadamente dominar o veículo que parecia enlouquecido, pensei: Meu Deus agora eu vou morrer...Agora eu vou saber se há ou não uma vida após esta...
Mas quando tudo cessou, mesmo sem abrir os olhos perguntei à minha colega que viajava comigo:-Maria você se machucou?
Por milagre não nos machucamos gravemente , apenas hematomas e não fiquei sabendo de nada.Já se passaram 33 anos e continuo com minhas indagações sobre o porquê desse castigo que pesa sobre a humanidade, ter que morrer um dia, ter que enfrentar essa terrível realidade.
Deixar a família e tudo o que aprendemos a amar nesta vida e ir não se sabe para onde.
Apodrecer no cemitério? Ir para outras dimensões desconhecidas?Saber que a cidade que tanto amamos um dia contará com menos um habitante ( eu ) e que tudo continuará como se nada tivesse acontecido depois do velório e do sepultamento.
E a família, os filhos, os netos,terão que enfrentar o vazio de nossa casa abandonada, doar nossos pertences, as nossas roupas e apenas guardar na memória: